Meio ambiente e a sociedade no século XXI: Como integrar?

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Hoje (5), é o dia Mundial do Meio Ambiente, criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, tem por finalidade exercer uma postura crítica e ativa em relação aos problemas ambientais. Definido pela organização (ONU), o termo “Meio Ambiente” caracteriza-se como “O conjunto de elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que podem causar efeitos diretos ou indiretos sobre os seres vivos e as atividades humanas”, com isso, para além das pautas de desmatamento e preservação animal, não menos importantes, surge uma nova necessidade no século XXI; a integração desse meio na sociedade.

Reprodução: Acervo Fetarn
Maria Rainha no assentamento Santa Maria III, em Guamaré

Por muito tempo esquecido, o conjunto de elementos sociais agrava os problemas ambientais, mas você deve se perguntar “o que é esse conjunto?”, então, mentalize agora uma pessoa com uma vida abaixo do considerado médio em nosso país substituindo sacolas plásticas por sacolas de papel, agora mentalize essa pessoa realizando coleta seletiva ou separando o óleo da batata frita em garrafas plásticas, vamos além, mentalize essa pessoa usando o mesmo óleo para fazer sabão orgânico, isso é irreal. A atual conjuntura capitalista brasileira, exaustiva e precária não permite o ato de fazer o básico.

Longe de isentar pessoas que jogam lixo na praia ou bitucas para fora da janela do carro, mas é certo que compramos a falsa ideia do futuro ambiental estar nas nossas mãos, sempre agregada daquela famosa frase: “Juntos somos mais fortes”, se assim for verdade, nesse caso, por que não conseguimos frear os danos causados pelo agronegócio, os desmatamentos de florestas e campos, ou o êxodo de povos originários? Não está nas mãos dos brasileiros civis e vai além da dimensão social comum, a qual todos conhecem e vivem.

Assentamento Umarizeiro, em Guamaré

O ano de 2023 contou com o registro das maiores temperaturas vistas desde 1850, como consequência de alterações ambientais causadas pela humanidade e a forte intensidade do El Ninõ, além disso as perspectivas para 2024 não são boas, o presente ano já registrou altas de temperatura em janeiro, e o calor não é o único vilão aqui, o padrão de chuvas não existe mais e já afeta vários locais — como a Amazônia, onde foi possível observar uma seca histórica, e as atuais enchentes no Rio Grande do Sul.

COMO TUDO ISSO AFETA A AGRICULTURA FAMILIAR?

O modelo agrícola baseado na monocultura e exportação tem impacto na vegetação brasileira, para ser realizado uma grande extensão de terra precisa ser desmatada e devidamente preparada, e após o seu uso constante o território é esgotado e futuramente abandonado, no final tudo se entrelaça e o que era apenas uma terra abandonada começa a afetar o clima, depois as espécies locais, e quando alguém começa a dar importância milhares de terras estão improdutivas e a seca já se instalou naquela região. A mesma região que possui trabalhadores e trabalhadoras rurais, que sobrevivem do campo.

Com isso, a nossa luta não acabou, precisamos enfrentar os desafios disseminando informações e reivindicando assistência técnica, como também, a tecnologia social. O pleno acesso a assistência técnica nos permite a preparação adequada de terras, por exemplo, reduzindo o impacto ambiental e gerando boas práticas ambientais. Estando ou não nas nossas mãos continuaremos exigindo modelos de produção mais sustentáveis, a restauração de áreas degradadas, e políticas públicas eficientes. Precisamos atribuir a culpa aos responsáveis.

Agricultores e Agricultoras familiares no GTB 2024

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